COMPORTAMENTO
COMPORTAMENTO

Os porquinhos-da-índia são animais de natureza incrivelmente sociável, capazes de relações e estruturas sociais complexas. Mas ainda há muito que não sabemos sobre eles.

São animais que vivem em grupos rigidamente estruturados. Há um macho líder, que tem o domínio sobre o território, fêmeas e comida; várias fêmeas e filhotes, e jovens machos subordinados.

O macho líder, geralmente o maior e mais forte, impossibilita que outros machos já maduros se acasalem, se alimentem junto com os outros, e, até mesmo, que utilizem o mesmo refúgio que o resto do grupo..

Por isso, é comum os jovens machos viverem ao redor do grupo, na periferia, sempre mantendo uma distância saudável do macho líder. Porém, muitas vezes, ficam escondidos e esperam o líder se afastar para sorrateiramente buscar a apetitosa comida e ir atrás das fêmeas.

Muito embora eu nunca tenha observado porquinhos-da-índia verdadeiramente selvagens, suponho que esse comportamento do líder leve os jovens machos a abandonar o seu grupo de origem para formar seus próprios.

Em cativeiro, no entanto, todos machos que nascem crescem sabendo que determinado macho é o dominante. Depois de adultos, mesmo sendo mais fortes, não enfrentarão o líder, a menos que este já esteja muito velho, pois vivem com um sentimento de inferioridade e medo constantes. 

Já as fêmeas não enfrentam uma realidade tão dura. Apesar de haver hierarquia entre elas, não são tão agressivas umas com as outras, e jamais correm o risco de serem expulsas do grupo. Todas são sempre bem aceitas pelo macho líder em qualquer situação. Na verdade, são elas, muitas vezes, as causas de tanta rivalidade entre os machos. Há algumas referências de que as fêmeas podem lutar entre si por status, mas jamais irão expulsar as perdedoras ou de baixa posição social, nem irão privá-las de comida e acasalamento, como fazem os machos entre si. 

Elas parecem não se importar com quem vão acasalar: é de quem chegar primeiro. Talvez por isso o líder tenha que manter uma vigilância constante sobre elas, o que deve ser meio estressante quando se tem uma média de dez ou mais fêmeas no grupo.

A corte envolve um comportamento bastante característico que inclui sons e linguagem corporal. 
O macho se aproxima da fêmea fazendo prrrrr e “rebolando” (fica parado levantando  ora uma pata traseira, ora a outra); esta dança é chamada de “rumba”.

Mesmo se a fêmea estiver no cio, irá ignorá-lo no início. Depois tentará se aproximar e ele ou ela irá levantar a cabeça para o outro lhe lamber o pescoço. Esse é um sinal de carinho e parece ser definitivo para mostrar que a fêmea está pronta, embora algumas vezes seja suprimido da corte.

As fêmeas depois de grávidas passam a evitar os machos e perto da hora do parto, procuram um lugar seguro para dar à luz.

Apesar das fêmeas serem boas mães, não são lá muito carinhosas. Muitas vezes caminham por cima de seus filhos fazendo-os rolar no chão; na hora da comida são capazes de arrancá-la da boca dos pequenos, mesmo que haja alimento de sobra, e isto pode ser feito com tal violência que pode levantar o filhote do chão. Mas defenderão ferozmente sua cria de qualquer agressor e atenderão correndo cada vez que gritarem por atenção.

Podem formar berçários, ou seja, um local onde ficam todos os filhotes de todas as fêmeas, e todas as fêmeas amamentam todos os filhotes.
Em geral, o local do berçário não é o mesmo que o resto do grupo utiliza como refúgio.

Os filhotes podem ser deixados sozinhos por várias horas enquanto a fêmea se alimenta.

Importante:
Fêmeas criadas na ausência de machos podem se tornar bastante agressivas com fêmeas estranhas e até mesmo com filhotes (de ambos os sexos). Para se diminuir essa agressividade, pode-se colocar um pouco de perfume na fêmea dona do território e na fêmea estranha, a fim de mascarar as diferenças de odores; o ideal é que se faça a apresentação dos animais em território neutro e amplo, a fim de reduzir as disputas e permitir que a fêmea mais fraca fuja caso se sinta muito ameaçada. Seguindo-se essas regras, normalmente as fêmeas acabam por tornar-se amigas, e após algumas horas não deverá haver mais atritos entre elas.

- Dois porquinhos machos praticamente SEMPRE acabarão brigando quando atingirem a idade adulta (mais de 10 meses), a menos que mantidos em um cercado suficientemente grande pra que cada um possa ter o seu próprio território. Quando criados em gaiolas, aconselho a somente manter juntos machos jovens e sem a presença de fêmeas.
A briga de dois machos adultos costuma ser muito séria, podendo inclusive resultar na morte de um ou ambos os animais. 
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Por essa razão, aconselho enfaticamente que NUNCA se deixe dois machos adultos juntos, mesmo que a princípio estes pareçam se dar bem.

Fonte: https://br.geocities.com/marinaforestipiccoli/oporquinho.htm

Crianças vs. Porquinhos



 Porquinho-da-índia como animal de estimação para crianças

 Adoptar ou comprar um porquinho-da-índia é uma decisão muito importante. Ter um porquinho pode ser recompensador, mas apenas se pensar bem sobre o assunto antes de o ter.

 Pense primeiro sobre qual a razão de querer um porquinho, e não se esqueça que ele pode chegar aos 8 anos de idade. Pergunte a si mesmo se tem tempo para o porquinho (para dois porquinhos é o ideal), se conseguirá não ignorá-lo quando chegar a casa cansado, se terá tempo para lhe dar comida, tratar da sua higiene, exercitá-lo e fazer-lhe companhia. Pense também nos custos necessários de ter um porquinho, custos da alimentação, dos produtos de higiene, dos cuidados veterinários que possam ser necessários, e de outras despesas. Reflicta se estará preparado para lidar com certos problemas que um porquinho pode causar, assim como infestações de piolhos ou pulgas no porquinho, um eventual dano nalguma mobília, emergências médicas inesperadas. E será que é uma boa altura para ter um animal? Examine se viaja muito, como vai fazer nas férias, etc., se o porquinho se ajusta ao seu estilo e objectivos de vida. Finalmente, pense se está preparado para cuidar do porquinho durante toda a vida do mesmo. Reflicta bem antes de ter um porquinho, partilhar a vida com um pode ser uma experiência maravilhosa, mas apenas se está disposto aos necessários compromissos de tempo, dinheiro, responsabilidade e amor para com o seu animal.

 Relativamente à questão de ter um porquinho-da-índia como animal de estimação para crianças, para muitas crianças, o animal doméstico é o seu melhor amigo, o companheiro que, para além de lhes oferecer um amor incondicional, ensina-lhes a amizade, a responsabilidade, a lealdade e a empatia. A chave para ter um bom animal doméstico familiar, ou seja, um animal gentil, leal e carinhoso é tratar o animal como um membro da família, ensinando-o e dando-lhe a atenção necessária. Não basta apenas trazer um porquinho para casa, ele não é um brinquedo temporário para os seus filhos, mas sim um membro a longo tempo da família, que depende da mesma, especialmente dos adultos.

Embora alguns especialistas acreditem que a criança deva ter pelo menos 6 anos para ter um animal de estimação, os pais são os melhores juízes sobre a maturidade dos seus filhos. O seu filho deve exibir auto-controlo, e compreensão e obediência à palavra “não”. Se pensa que o seu filho está preparado para um animal de estimação, primeiro mostre-lhe outras crianças que cuidam bem dos seus animais e observe como ele se comporta na presença dos mesmos. Se decidir então ter um porquinho, escolha um já adulto, que não é tão frágil, para ser o primeiro.

 Para conseguir proteger, tanto os seus filhos, como os seus porquinhos-da-índia, é crucial que supervisione todas as interacções entre a criança e o animal. É importante que consiga fazer com que o seu filho veja o mundo pelos olhos do animal. Pergunte ao seu filho como ele se sentiria se alguém lhe puxasse as orelhas, por exemplo. Explique-lhe que até os animais mais dóceis têm limites, e que todos os animais devem ser tratados com cuidado e respeito. Ajude a criança a perceber que:

 

  • Os porquinhos precisam de espaço e muitos podem nem sempre gostar da atenção humana, especialmente enquanto comem ou descansam.
  • Os porquinhos também se podem chatear face a demasiada atenção. Ensine a criança a perceber esses sinais que indicam que o animal quer que o deixem em paz.
  • Os animais de outras pessoas podem se sentir desconfortáveis se o seu filho lhes tocar ou se aproximar deles. Diga-lhe que peça primeiro permissão a um adulto antes de tocar nos seus animais, explicando-lhe que alguns animais podem se sentir ameaçados quando são observados, tocados ou abraçados.
  • Animais com dores podem morder alguém que lhes tente tocar. Ensine o seu filho a deixar em paz um animal que esteja ferido e a imediatamente avisar e chamar um adulto.

 Os animais domésticos, tal como as crianças, precisam de tempo para se ajustarem a novas circunstâncias e ambientes, e precisam de oportunidades para estarem a descansar. Providencie aos seus porquinhos um lugar próprio para eles, onde se possam esconder da criança. Não os coloque em situações em que se possam sentir ameaçados.

 Deixar que a criança ajude a cuidar dos porquinhos-da-índia ensina à criança responsabilidade e dá-lhe um sentimento de competência e sucesso. Escolha tarefas apropriadas para a idade do seu filho. Até as crianças mais novas podem ser incluídas em tarefas como levar a tijela da comida, ou escolher um novo brinquedo, etc.

 A melhor forma de ensinar o seu filho a ser responsável e carinhoso para com os animais é dando o exemplo. E isso deve começar até antes de ter qualquer animal, escolhendo então a altura certa para o ter. Mal traga um porquinho para dentro de casa, estabeleça e reforce as regras para tratar bem do animal. Por exemplo, ensine as suas crianças a não puxar as orelhas do porquinho, a não lhe bater, chatear ou o perseguir. Ensine como pegar devidamente nele, como fazer-lhe festas. Estas simples lições são essenciais para ajudar as crianças a serem cuidadores de animais responsáveis.

Embora algumas tarefas com os porquinhos devam ser desempenhadas pelos adultos, pode incluir a criança explicando-lhe o que está a fazer e porquê. Envolva também a criança nas actividades de treino/ensino do animal.

 Assim, a sua criança aprenderá como cuidar e tratar tanto de animais como de pessoas, vendo como você próprio trata do porquinho. Ela estudará como você o alimenta, lhe faz festas, o exercita. Para além disso, ela observará atentamente como você reage quando o porquinho estraga alguma mobília, faz barulho, ou faz as necessidades onde não devia. Por mais frustrantes que alguns destes comportamentos possam ser para si, perder a cabeça com o porquinho é injusto quer para o mesmo, quer para a criança, para além de passar a mensagem errada acerca de comprometimento, confiança e responsabilidade. Quando for confrontado com algum problema, vá à raiz do mesmo, e muitas vezes um veterinário experiente, ou um criador profissional pode ajudá-lo a resolver assuntos relacionados com o seu porquinho.

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